sábado, 22 de setembro de 2012

Alto da Boa Vista - Linha de bonde


Bondes from LCDias

A linha de bondes para o Alto da Boa Vista, na Tijuca, Rio de Janeiro teve sua origem na Companhia de Carris de Ferro da Cidade à Boa-Vista, na Tijuca, que foi uma empresa de transportes públicos no Rio de Janeiro.
Foi uma das duas companhias que obtiveram concessão para a exploração desse tipo de serviço por Decreto do Imperador Pedro II do Brasil em 1856, vindo a constituir-se na primeira a operá-lo na América do Sul.
O serviço seria executado por trens que correriam por trilhos de ferro (carris), puxados por burros ou mulas.
A linha foi concedida a um inglês, o Dr. Thomas Cochrane, médico homeopata e sogro do romancista José de Alencar. Estendia-se do centro da cidade, à altura da atual praça Tiradentes, até ao Alto da Boa Vista, na Tijuca. A sua construção desenvolveu-se por etapas. Quando da inauguração do primeiro trecho, com a presença do Imperador, este cobria já dois terços do percurso. A viagem inaugural demorou mais tempo do que o previsto, uma vez que a população, curiosa, atrapalhava a sua movimentação sobre os trilhos, apesar dos insistentes e vigorosos apitos do cocheiro que a conduzia.
Recorde-se que a região da Tijuca, à época, era marcada por vastas propriedades rurais, vindo a ser caracterizada como zuna urbana da cidade apenas em 1870, para o que o contribuiu em grande parte este novo serviço de transportes. As famílias passaram a freqüentar a Tijuca para aproveitar as suas belezas naturais e o seu bom ar.
Embora a via fosse técnicamente bem construída, a companhia possuía apenas dois carros, apelidados à época de "carros da Tijuca" ou "Muxambombas", nome de um engenho de açúcar na região, à época.
Após três anos operando a linha com tração animal, estes foram substituídos por pequenas locomotivas a vapor, causando o aumento do custo das passagens e culminando com a falência da empresa em 1866.
Os bondes e a Light
Os primeiros passos da Light começam em 7 de abril de 1899, em Toronto, no Canadá, onde foi fundada a São Paulo Tramway, Light and Power Company, que em 17 de julho do mesmo ano, foi autorizada, por decreto do presidente Campos Sales, a atuar no Brasil. Sua atuação em São Paulo começou no mesmo ano, através da construção da Usina Hidrelétrica Parnaíba, concluída em 1901, posteriormente passando a operar os serviços de geração e distribuição de energia elétrica e bondes elétricos do município de São Paulo.
Em 1905, o Brasil ainda não era um país industrializado e a Light dava início à construção da então maior e mais moderna usina hidrelétrica do país, a Usina de Fontes, situada no município de Piraí, no estado do Rio de Janeiro. Nas décadas seguintes, conforme o Rio de Janeiro crescia, entraram em operação outras usinas: Ilha dos Pombos (1924), de Fontes Nova (1940), Santa Cecília (1952), Vigário (1952), Nilo Peçanha (1953) e Pereira Passos (1962).
Em 1907, a Light adquiriu e unificou diversas companhias de bondes e carris urbanos que funcionavam na cidade, controlando o serviço até 1963, alargando a zona urbana do Rio de Janeiro, contribuíndo para o surgimento de vários bairros como Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. Além dos bondes, em 1918 investiu no ônibus elétrico que percorria a avenida Rio Branco e circulou até 1927. Um ano antes, criou a Viação Excelcior, os modernos ônibus com cigarra e cobrador. Em 1928, surge o Imperial, ônibus de dois andares, logo apelidado de chope duplo pelo carioca, que utilizou a condução até 1948.
A partir de 1912, a The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power passa a ser controlada pela holding também canadense Brazilian Traction Light and Power Co. Ltd. - Batraco, que também se transforma em controladora da Light de São Paulo.
Ao longo de quase cinquenta anos a vida e a aparência da cidade do Rio de Janeiro foi modificada pela empresa, que substituiu o bonde puxado a burro pelo elétrico, o lampião a gás pela luz elétrica, o fogão a lenha pelo gás canalizado, o mensageiro pelo telefone.

Fonte: Wikipedia




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